Gérard Moss, 1955 – 2022

A vida de Gerard como explorador começou cedo. Depois de obter seu primeiro passaporte aos 4 anos, ele voaria para a Inglaterra e Suíça para visitar seus pais.
Em 1983, após se formar engenheiro mecânico, Gerard adquiriu sua licença de piloto na Califórnia e chegou ao Brasil, onde montou um negócio de frete marítimo para transportar soja.
Em 1989, completou sua primeira volta ao mundo ao lado de Margi, que conheceu em Búzios em 1985.
Quatro cantos das Américas
Em 1997 voou para os quatro cantos do continente americano. Começando no Rio de Janeiro, ele voou para o Cabo Froward , Chile no extremo sul, depois o extremo oeste no Cabo Príncipe de Gales , Alasca seguido por Zenith Point no Canadá e finalmente Ponta dos Seixas de volta ao Brasil. Sua expedição foi coberta pela Rede Globo no Fantástico.
Primeiro voo de motoplanador ao redor do mundo
Em 2001, ele fez a primeira volta ao mundo em um motoplanador, utilizando o Ximango fabricado no Brasil. A aeronave tem uma produção quase artesanal e se mostrou muito eficiente. A viagem foi planejada para ser concluída em 100 dias. Sua expedição foi novamente coberta pelo Fantástico, obra que resultou no livro Asas Do Vento: A Primeira Volta Ao Mundo Num Motoplanador.
Projetos ambientais
Com a ajuda de sua experiência de voo particular, Moss pôde testemunhar em primeira mão os efeitos do aquecimento global e do desmatamento. Suas preocupações se transformaram em projetos que visavam a conservação dos recursos naturais brasileiros. Seus projetos avaliaram a qualidade do ar e da água no Brasil. Em 2003 iniciou um projeto para analisar as águas das bacias hidrográficas brasileiras e posteriormente iniciou o projeto Flying Rivers.
Rios Voadores
Em 2007, Gérard, junto com renomados cientistas brasileiros, iniciou um projeto de pesquisa para avaliar o fluxo de água das nuvens e a possibilidade de seca ser causada pelo desmatamento da Floresta Amazônica. O projeto consiste em adquirir água do ar para avaliar sua origem e vazão desde o rio Amazonas até o sul das Américas. O projeto faz parte de um projeto maior chamado “Brasil das Águas”. Segundo Moss, a vazão de água transportada por esses rios voadores pode ser igual à do próprio rio Amazonas já que cada árvore pode ser responsável por 300 litros de água atmosférica por dia. Entre 2006 e 2007, sete rios brasileiros foram alvo de estudos (Araguaia, Grande, Ribeira, Miranda, Ibicuí, Verde e Guaporé). Em 2007, após a coleta das amostras, passaram a compará-las com os vapores de água do ar. Com o apoio da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, chegaram à conclusão de que grande parte do vapor d’água vem dos rios amazônicos, criando um fenômeno denominado ” rios voadores “.

Publicações – Gerard e Margi publicaram vários livros relatando suas experiências:

  • Asas Do Vento: A Primeira Volta Ao Mundo Num Motoplanador
  • Volta Por Cima
  • Liberdade dos Céus
  • Loucos por ti, América
  • Extremo das Américas